SOBRE O MOVIMENTO SINDICAL BRASILEIRO

segunda-feira, 16 de março de 2009

Geraldo Marques Carneiro*

O movimento sindical brasileiro passa por uma crise de identidade, nos últimos anos, pela ascensão do ex-metalúrgico Lula da Silva ao governo. Em oposição ao que ocorreu nos fins da década de setenta e inicio da década de oitenta, com o surgimento de movimentos de trabalhadores combativos, que culminou com a criação da Central Única dos Trabalhadores, CUT, a Autonomia do movimento sindical começou a ficar abalada, devido, principalmente à adesão de antigos lideres sindicais à agenda do governo. Neste sentido, sindicatos antes combativos passaram a se pautar pelas políticas implementadas em nome de um novo pacto de governabilidade. Foi assim que o governo Lula conseguiu aprovar a Contra-Reforma da Previdência, implementar a Reforma Universitária, e, de certa forma, ter o controle sobre os movimentos sociais. A CUT, o MST e a Força Sindical, passaram a se mover, no cenário político, como aliados do governo, a ponto de, nas mesas de negociação, defender as políticas do governo. No movimento docente esta adesão é emblemática, principalmente com a tentativa de criação de uma entidade “chapa branca”, denominada PROIFES. Esta suposta entidade foi criada em uma reunião na sede da CUT, em São Paulo, com seguranças na porta e revista e apreensão de máquinas fotográficas e filmadoras e votos por procuração. Entretanto, nos últimos anos, com a criação da CONLUTAS, que aponta a necessidade de uma nova forma de organização da classe, o movimento sindical voltou a respirar e a apontar para um novo estágio de organização. Vale salientar a participação do ANDES, não só como filiada à CONLUTAS, como também na sua construção, afirmando a independência da classe frente a partidos e governos.
Professor Ms. Do Departamento de Filosofia.

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