ECONOMIA SIMPLIFICADA

quinta-feira, 7 de maio de 2009


Carlos Escóssia
Superávit orçamentário versus déficts orçamentário

Ocorre um superávit orçamentário quando as receitas do governo são maiores que suas despesas.
Já o déficts orçamentário, ocorre quando as despesas do governo são maiores que suas receitas.

DEUS EXISTE?


Se Deus existe, por que ele não me dá um sinal de Sua existência? Como, por exemplo, abrir uma bela conta em meu nome num banco suiço.
Wood Allen

O QUE É FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO?


A fim de evitar que a crise sofrida por uma instituição financeira pudesse contaminar outras instituições e espalhar-se por todo o mercado, foi criado no Brasil o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
o Fundo Garantidor de Créditos é uma sociedade civil sem fins lucrativos, cuja finalidade é garantir os recursos dos investidores em instituições que tenham sofrido intervenção, concordata, falência ou tenha sido decretada insolvente pelo Banco Central.

Cada investidor possui a garantia de até R$ 20 mil de seus recursos, por conglomerado financeiro. Os recursos do FGC, que são utilizados para ressarcir os investidores nos casos acima, são arrecadados mediante um percentual de 0,025%, incidente sobre o saldo das contas de depósitos à vista, depósitos a prazo e depósitos em poupança. É importante ressaltar que o FGC não cobre perdas nos fundos de investimentos.

SÓ RINDO

Oscar Lins era um aluizista empedernido. Doente mesmo. Nos anos de 60 transformou-se num seguidor fiel de Aluízio Alves, mas sendo conhecido por sua verve e a condição de eterno candidato a vereador em Natal.
Muito antes de Geraldo Melo usar o tamborete como símbolo de campanha, ele carregava um, que lhe servia de palanque em qualquer lugar ou hora. E deitava falação.
Num de seus discurso, a mulher de um político, dona Mônica Dantas, tem nele um advogado ferrenho e, ao mesmo tempo, divorciado da estilística verbal:

- Olha dona Mônica, enquanto o povo mete o pau por trás na senhora, se eu tive que meter vai ser pela frente!
Mas o pior desse seu desarranjo vocabular vem adiante. Dona de uma madeirera, Oscar Lins, em sua oratória, apresenta espírito solidário e honra à palavra, comprometendo-se a fazer uma doação a Mônica Dantas ali, ao vivo e em cores, para construção que ela buscava.
- Conte comigo! Vou dar minha colaboração à senhora! Pode levantar os quartos que eu boto a madeira!
Carlos Santos

INDICADORES ECONÔMICOS - 07/05/2009

JUROS
Selic (Meta) 10,25 % a.a.
Selic (Efetiva projetada) 10,16 % a.a.
CDB pré 30 dias 7,05 / 10,05 % a.a.
CDB pós 120 dias 10,00 / 10,00% +TR
DI Over taxa média 10,13 % a.a.
DI Over taxa média 1,15 % a.m.
Swap DI x pré 30 dias 10,00 / 10,10 %a.a.
Swap DI x pré 61 dias 9,90 / 10,00 %a.a.
Swap DI x pré 90 dias 9,80 / 9,90 %a.a.
Taxa Anbid 1 dia Para 05/05/2009 9,98 % a.a.
TR
04/05/2009 a 04/06/2009 0,1161 %
TBF
04/05/2009 a 04/06/2009 0,8369 %
TJLP
De 1º/04/2009 a 30/06/2009 6,25 % a.a.
OURO
Ouro (g) BM&F R$ 62,000
Ouro (Onça troy*) N.Y. US$ 910,50
* 1 onça troy = 31,103 g
BOLSAS
São Paulo - Índice 51.499,48
São Paulo (Var.%) 1,64 %
Nasdaq - Índice 1.759,10
Nasdaq (Var.%) 0,28 %
Nova York - Índice 8.512,28
Nova York (Var.%) 1,21 %
CÂMBIO
DÓLAR (R$/US$ *)
Ptax ** 2,1205 / 2,1213
Paralelo 2,1500 / 2,3500
Cabo (BC) 2,0870 / 2,1350
Turismo
São Paulo 2,0600 / 2,2000
Rio 2,0100 / 2,2600
EURO *
US$/Euro 1,33170 / 1,33190
R$/Euro 2,82387 / 2,82536
PESO *
Peso/US$ 3,71000 / 3,71250
R$/Peso 0,571179 / 0,571779
* Compra/venda
** Taxa Média do Banco Central
Fonte: Gazeta Mercantil

OUTROS INDICADORES - 07/05/2009

ÍNDICES DE INFLAÇÃO
IPCA
Mar/09
0,2000
Fev/09
0,5500
IGP-M
Abr/09
-0,1500
Mar/09
-0,7400
IGP-DI
Mar/09
-0,8400
Fev/09
-0,1300
IPC-FIPE
Abr/09
0,3100
Mar/09
0,4000

POUPANÇA
Rendimento diário
0,5141
Rendimento mensal
0,5456
Rendimento anual
2,4423

INDICADORES MACROECONÔMICOS
RISCO PAÍS (EM PONTOS)
Argentina
1465
Brasil
317
México
281
Uruguai
445
BALANÇA COMERCIAL (US$ MILHÔES)
Abr/09
Exportação
12.322,00
Importação
8.610,00
Saldo
3.712,00
Mar/09
Exportação
11.809,00
Importação
10.038,00
Saldo
1.771,00
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Mar/09
-9,96
Fev/09
-16,97
Jan/09
-17,23
Dez/08
-14,73
Nov/08
-6,42
Out/08
1,07
Set/08
9,65
Ago/08
1,95
TAXA DE DESEMPREGO
Marc/09
10,10
Fev/09
8,80
Jan/09
8,10
Dez/08
7, 90
Nov/08
8, 30
Out/08
8, 40
Set/08
8, 70
RELAÇÃO DÍVIDA/PIB
Mar/09
37,37
Fev/09
37,00
Jan/09
36,59
Dez/08
35,82
Nov/08
34,88
Out/08
36, 20
PIB (TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL)
Ano de 2008
5,08
Ano de 2007
5,67
Ano de 2006
3,75
Ano de 2005
3,16
Ano de 2004
5,71

OUTROS INDICADORES

SALÁRIO MINÍMO
R$ 465,00
ÍNDICE DE GINI
0,5557095514
Fontes: O Globo e outros institutos de pesquisa

FOLCLORE POLÍTICO

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Juscelino e Alkmim saíram do seminário de Diamantina, continuaram amigos inseparáveis. Alkmim entusiasmou-se por Das Dores, bonita prima de JK:

- Juscelino, você pode falar com ela?
- Falo, sim.
Falou. A moça linda respondeu curto e seco:
- Diga a ele que cresça e apareça.
- Crescer eu não garanto.
Mas aparecer eu apareço.
Apareceu. E casou.

RECORDAÇÃO


Na missa de sétimo dia daquele senador, dois sinistros amigos conversavam:
- Aquela bonitinha ali, é a viúva do Fagundes?
- É.
- E aquele rapaz com ela?
- Bem - disse o outro - no acidente ela perdeu a sogra, o marido e o carro. Muito justo que tenha guardado o motorista com recordação!

ECONOMIA SIMPLIFICADA


Inflação versus custo de vida
Carlos Escóssia

Inflação é o aumento continuado no nível geral dos preços, também pode ser definida como o processo de perda do poder aquisitivo da moeda ou ainda, como o aumento generalizado e persistente dos preços.
Já o custo de vida, é o aumento nos preços dos gêneros de primeira necessidade, tais como: alimentação, moradia, educação, saúde, serviços, etc. O índice do custo de vida, mede os preços pagos pelo consumidor quando faz compra no supermercado, adquire um bem qualquer, vai ao futebol ou ao cinema, etc.

ECONOMIA SIMPLIFICADA



Qual a diferença entre o PIB o o PNB?

Em 1992, os Estados Unidos se juntaram ao resto do mundo e fizeram do Produto Interno Bruto (PIB) o principal elemento de seu sistema de contabilidade nacional, em substituição ao Produto Nacional Bruto (PNB). O PIB mede o produto gerado dentro das fronteiras do país tanto por cidadãos como por estrangeiros. O PNB mede o produto dos cidadãos do país, independente de sua localização no mundo.
O Brasil tem apresentado um PIB maior do que o PNB, ou seja, parte da renda gerada dentro do país tem sido enviada ao resto do mundo, entre outros motivos devido ao pagamento liquido da dívida externa e à remessa de lucros de filiais de empresas estrangeiras instaladas no país.

Em 2001, o valor do PIB brasileiro esteve por volta de R$ 1.184,769 milhões, enquanto o PNB girou em torno de R$ 926 bilhões até 1999.
Em contrapartida, durante muitos anos o PNB dos Estados Unidos era um pouco maior do que o seu PIB, principalmente porque as empresas norte-americanas localizadas no exterior ganhavam mais do que as empresas estrangeiras localizadas naquele país. Essa diferença, porém, vem sendo lentamente reduzida já que, ano após anos, entram mais investimentos estrangeiros nos Estados Unidos do que os Estados Unidos investem no resto do mundo. Na verdade, em 1998, o PIB dos EUA foi ligeiramente maior do que o PNB (respectivamente, US$ 8.511 bilhões e US$ 8.491).
Fonte: Economia em contexto - Peter e kennedy

ECONOMIA SIMPLIFICADA

terça-feira, 5 de maio de 2009


Equilíbrio versus preço e quantidade de equilíbrio

Equilíbrio é uma situação na qual o preço atingiu o nível em que a quantidade ofertada é igual a quantidade demandada.
Preço de equilíbrio - o preço que iguala a quantidade ofertada e a quantidade demandada.
Quantidade de equilíbrio - a quantidade ofertada e a quantidade demandada ao preço de equilíbrio.

SÓ RINDO

Governador do Estado, Dinarte Mariz administra o Rio Grande do Norte no final dos anos 50, bem ao estilo de uma época. Faz e acontece com a caneta à mão.

Depois do rompimento do seu pupilo, o federal Aluízio Alves, para sua sucessão. Dinarte usa e abusa da máquina pública. Arrebenta.
A ordem de Dinarte é eleger a qualquer custo e preço seu candidato, o federal Djalma Marinho. E assim é conduzido o Estado.
Abrigo seguro e sonho de dez em cada dez sertanejo, o emprego no Estado é um dos benefício mais cobrado. Dinarte faz o possível para agradar a todos.

Chegando ao Palácio do Governo, o governador é abordado ainda nas escadarias por um seridoense, Gente humilde de sua região, que tem dele a devida atenção.
O interlocutor, mesmo acanhado ante a presença de outras pessoas, pede-lhe um emprego. Sem pestanejar, olhando por cima do próprio ombro, Dinarte Mariz oriente um auxiliar: "Arranje um local para nosso amigo conterrâneo!"

Passam algumas semanas, quando de repente Dinarte é surpreendido pelo mesmo personagem: "Governador, eu num fui pro Estado ainda".
Ruborizado com a notícia, que em sua ótica passava a idéia de falta de pulso seu, Dinarte circula por salas até chegar ao mesmo auxiliar, cobrando-o: "Por que o homem não foi empregado?"
- Governador, não houve jeito. Onde a gente ia colocá-lo na educação, não dá porque ele é analfabeto.
Dinarte, ágil, dá logo uma solução salomônica para o impasse:
- Então aposente o homem!
Carlos Santos

A TATUAGEM DE CEM REAIS

Um empresário muito rico decidiu fazer uma tatuagem. Chegando na loja do tatuador, pediu que reproduzisse uma nota de 100 reais no seu pinto.
Espantado o rapaz disse:
-Senhor, uma tatuagem no seu pinto vai ser muito dolorido, o senhor não prefere escolher outro local?Decidido o homem insistiu. Curioso o tatuador perguntou:
-Mas senhor por que uma nota de 100 reais? E no pinto?
Percebendo o espanto do rapaz, o homem lhe explicou:
Meu amigo, eu tenho vários motivos:
Primeiro - Sou um empresário e adoro ver dinheiro crescendo.
Segundo - Minha mulher é economista e adora ver dinheiro entrando e saindo.
Terceiro - Minha amante é exploradora e adora ficar sugando o meu dinheiro.
Quarto - Minha secretária é ciumenta e adora saber que meu dinheiro está bem guardado e só ela usufrui dele.
Quinto - E por último, porque vivo dizendo aos meus funcionários que um dia vou encher o rabo deles de dinheiro.

ECONOMIA SIMPLIFICADA



Mercado formal versus mercado informal de trabalho

O mercado formal de trabalho, contempla as relações contratuais de trabalho, em grande parte determinadas pelas forças de mercado, ao mesmo tempo que são objeto de legislação especifica que as regula.
Já o mercado informal de trabalho, é o mercado em que prevalecem regras de funcionamento com um mínimo de interferência governamental

ECONOMIA SIMPLIFICADA


Dívida versus deficit

Deficit é um "conceito de fluxo" que indica a defasagem entre despesas e receitas durante um certo período.
Divida é estática; é um conceito de valores que indica o total das obrigações pendentes em um determinado período. Não espere que os repórteres saibam a diferença.

CÉREBRO DE ECONOMISTA


Um viajante chegou numa ilha habitada por canibais e foi visitar um açougue especializado em cérebro de humanos.
Lá podia-se verificar os preços:
Cérebro de Filósofo: $ 12,00 / kg
Cérebro de Cientista: $ 15,00 / kg
Cérebro de Artista: $ 18,00 / kg
Cérebro de Economista: $ 24,00 / kg
Diante dos preços, o viajante comentou. "Os cérebros de Economistas devem ser muito apreciados por aqui."
Indignado, respondeu o açougueiro: "Você está louco ? Você não faz ideia de quantos economistas é preciso matar para juntar um quilo de cérebro!"

FOLCLORE POLÍTICO

segunda-feira, 4 de maio de 2009


Em 1929, apareceu pela Bahia um jovem de cara redonda e cabeça chata. Viveu em Campo Formoso, Itabuna, Ilhéus. Chamava-se Senilson Pessoa Cavalcânti. Mas era apena um nome de guerra. O nome verdadeiro era João Café Filho, que fugiu do Rio Grande de Norte por haver liderado uma greve.

Já em 1923, Café Filho vivera em Bezerros, Pernambuco, onde fundou o Correio de Bezerros, que só circulou poucas vezes. Em Setembro de 1954, o Correio de Bezerros voltou com uma edição especial. Na primeira página, uma nota bem destacada:
- Tendo assumido a Presidência da República, afasta-se temporariamente da direção deste jornal o nosso companheiro João Café Filho.
Sebastião Nery

DITADOR


Primeiro, o partido substitui a classe operária. Depois, o comitê central substitui o partido. E, por fim, o ditador substitui o comitê central.
Leon Trotski

ECONOMIA SIMPLIFICADA


Proteção do livre mercado:
Está em toda parte em que você deseja estar.


Ironicamente as empresas de cartões de crédito também protegem os consumidores contra fraude.
(Visa e MasterCard) sabem que a presença de seus logotipos nas portas das lojas e nos anúncios é interpretada como um selo de aprovação, mesmo que a finalidade não seja essa. Não é bom para a Visa nem para as outras marcas parecer estar associado a pessoas desonestas ou qualquer outra coisa desagradável para os consumidores. Logo, as empresas de cartões de crédito criaram seu próprio sistema para agradar os consumidores que têm problemas nas transações a crédito. Isso se chama estorno.

De acordo com os procedimentos de estorno das empresas de cartões, um consumidor pode comunicar sua divergência à emitente do cartão que o ajudará a resolver as coisas. Para iniciar o processo de estorno o portador do cartão faz uma reclamação. Ao receber a reclamação a operadora poderá pedir ao titular do cartão uma documentação que apóie sua reclamação. Se parecer ter um motivo legítimo o valor é estornado. Desde modo a credibilidade de todo o sistema é mantida.
HUEBERT,J.H. A justiça do livre mercado está nas cartas.

EVOLUÇÃO ECONÔMICA DE MOSSORÓ

domingo, 3 de maio de 2009

Carlos Escóssia

Para abordar o aspecto econômico de Mossoró, necessário se faz contextualizar a sua economia a níveis nacional e regional. Como país, sempre fomos visto como empresa comercial que, desde o período da colonização, acenava para quem descobrisse com sinais de exploração e lucro. Conquanto existam teorias que defendam a existência dos modos de produção escravista ou feudal, durante os períodos colonial e imperial que tivemos, temos a compreensão de que sempre constituímos um país capitalista.

No caso especifico do Brasil, a evolução do capitalismo obedeceu algumas fases, que podem ser assim expressas (01): O Capitalismo Mercantil, que compreendeu o período colonial (até 1808) e o modelos primário exportador de desenvolvimento sob o domínio da capital industrial central, de 1808 a 1930; e o Capitalismo Industrial, que congrega o modelo de industrialização substituto de importações (de 1930 a 1954) e o modelo de subdesenvolvimento industrializado, com inicio em 1954 e consolidada a partir de 1964 com o Estado tecnoburocrático capitalista.

Daí se pode concluir que a economia brasileira, além de capitalista monopolista, é também tecnoburocrático estatal, ou seja, vivemos sob o capitalismo monopolista estatal. Convém ressaltar que o modelo de subdesenvolvimento industrial, caracteriza-se pela existência de dois setores: um monopolista e estatal, onde as grandes empresas e o estado detém a tecnologia moderna e sofisticada; e um setor competitivo que abriga as pequenas e médias empresas, os setores da economia de auto-consumo e as populações marginais urbanas. O sistema de trocas que ocorre entre os dois setores, tende a ser tão desigual quanto aquelas existente entre países industrializados e primário-exportadores, a nível internacional.

Se estendermos a abordagem para o contexto regional, é possível observar que na atual fase do capitalismo brasileiro, as regiões de maior concentração capitalista (ditas “metrópoles”), transferem para aquelas de menor concentração (conhecidas como regiões “satélites”), toda a gama de problemas advindos da crescente marginalização dos migrantes. O nordeste brasileiro, que sofre essas conseqüências, cria em suas cidades indústrias poupadoras de força de trabalho, que restringem o mercado e provocam um falso desenvolvimento, contribuindo para uma inchação e conseqüente descapitalização da economia regional.

Em se tratando de Mossoró, constata-se que sua economia sofre manipulação sob duas perspectivas: a da classe dominante, no município, e a de interesses extra-municipais, ou seja, regionais. Saliente-se que esses interesses são ditados pela expansão natural do capitalismo, que aqui se redefiniu por algumas áreas em detrimento de outras (setor monopolista e competitivo). (02) Com o propósito de melhor compreender a economia local, optamos por dividi-la em três momentos: Empório Comercial, Agro-Industrial e Prestadora de Serviços, que serão aqui abordados.

O ano de 1857 teve o seu marco histórico com a Cia. Pernambucana de Navegação Costeira que deixou de fazer escala no Porto de Aracati, passando a fazê-la no Porto de Areia Branca. Esse fato originou a chegada de novos comerciantes e firmas à cidade dinamizando o comércio local. (03) Mossoró aparecia então, como lugar próximo dos centros produtores da economia do litoral e dos sertões e de fácil acesso ao centro escoador, a saber, o porto de Areia Branca. Com a vinda de novas forças produtivas, Mossoró perde sua função de empório comercial. Perde pela saída de capitais e empresas, em virtude do retardamento da chegada da estrada de ferro e do aparecimento dos transportes rodoviários, que desbarataram o método antiquado de fazer comércio. (04)

A acumulação de capital por parte dos comerciantes de Mossoró, é suficiente para envolver a cidade em uma outra economia. Com a chegada de fábricas de beneficiamento de algodão, óleo de oiticica, cera de carnaúba, sal, etc., ocorre à mudança de empório comercial para agro-indústria. A especialização industrial de Mossoró permite identificar duas fases marcantes: primeira, que vai de 1920 a 1954, quando a cidade ganha cerca de 30 unidades industriais; segunda, 1955 a 1968, quando são instaladas 132 unidades produtivas, nos mais diversos ramos. (05)

É interessante ressaltar que tanto na fase do empório comercial, quanto na fase agro-industrial, a presença do poder público municipal é marcante na preparação da infra-estrutura indispensável para viabilizar essas economias. Com a falência da agro-indústria, percebemos a ausência do poder municipal para criar as condições necessárias que viabilizem a implantação de um novo momento da economia local.

Em Mossoró, a urbanização e as migrações campo-cidade se processaram a revelia da modernização da cidade e nas poucas indústrias criadas nos últimos 15 anos (para substituir o mercado de trabalho com a falência das agroindustriais e com a mecanização das salinas), verificamos a capacidade de suscitar euforia com relação ao emprego urbano-industrial. Por isso, as população advindas de áreas rurais de cidades vizinhas, estão se deslocando para Mossoró que, enquanto centro regional, pode lhes oferecer um bom emprego.

Diante deste quadro, reside a dúvida: será que a industrialização seria a solução ou o problema reside no campo, onde a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários (criando condições de trabalhos desumanas) e as secas fustigantes na região, agudizam a situação de crise permanente do trabalhador rural, que não tem outra saída a não ser migrar para a cidade, sendo esse talvez, o seu único direito. (06) Podemos, ainda, indagar: qual o sustentáculo econômico de Mossoró? Respondendo, sem medo de errar, é o setor terciário, a base de nossa economia.

Em meados de 1965, com a falência da agroindústria e a mecanização das salinas, Mossoró preocupa-se em reorganizar sua economia e o faz através da implementação do setor terciário. O setor que, segundo Chico de Oliveira (07) “engloba as atividades que estão nas esferas da circulação, da distribuição e do consumo”, “não só das mercadorias, mas também do próprio capital” como completa José Lacerda Alves Felipe, em seu livro ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE MOSSORÓ. Nessa mesma obra, Lacerda enfatiza a importância do terciário para cidades que, como Mossoró, se constituem “centros regionais”, aglomerando prestações de serviços às cidades circunvizinhas.

Saliente-se que as instituições prestadoras de serviços (universidades escolas, bancos, previdência social, assistência médico-hospitalar, entre outros) geram uma massa salarial que culmina em formar uma sucessão continua e ininterrupta de demandas, ou seja, o aumento de instituições que possibilitam maior número de salários propiciam o incremento das atividades comerciais locais que por sua vez, requer pluralidade dos serviços oferecidos e faz surgir, através da acumulação de capitais, novas indústrias na região. Por outro lado, a terceirização da economia viabiliza a migração campo-cidade, pela euforia que a oferta de empregos e serviços viabiliza, trazendo conseqüências negativas para a cidade, tais como: desemprego, favelização e marginalização.

Em Mossoró, a expansão do terciário foi inicialmente viabilizada através da prestação dos serviços básicos - educação e saúde – e o incremento do comércio local. Na área de educação, teve importância impar a oferta de cursos superiores ofertados pelas Universidades do Estado do Rio Grande do Norte-UERN e Universidade Federal Rural do Semi Árido-UFERSA, que favoreceu 1° e 2° gruas, com maior número de Escolas implementadas pelos poderes públicos municipal e estaduais. Também na área de saúde, novos hospitais, ambulatórios e farmácias passaram a oferecer assistência médico-hospitalar à população mossoroense. Esses serviços, somados à maior dinamização do comércio da cidade, aliam-se às instituições prestadoras de serviços, dentre as quais podem ser citadas: a Fábrica de Cimento Nassau e a Petrobrás, com suas subsidiarias locais.

Para termos um exemplo concreto da hegemonia do setor terciário, basta sentir na nossa região, a ausência de grupos economicamente fortes. Se retrocedermos à década de 50, podemos notar a presença de grupos de força econômica e política na região, que hoje se encontram economicamente esfacelada, por não terem tido condições de acompanhar as necessidades de uma política econômica condizente com as reais necessidades da região, preferindo adapta-se às migalhas da prestação de serviços, uma vez que isso hes assegurava pelo menos, a hegemonia política da cidade.

Notamos, ou melhor, sentimos na própria carne, uma certa falência de Mossoró, que igual a outras cidades nordestinas vem dia-a-dia se descapitalizando através da entrada do capital financeiro. Isso permite que sejam abertas as portas ao capital estrangeiro, com o intuito de enfraquecer a economia regional, tirando da classe dominante local o controle econômico e em contrapartida, fazendo reproduzir o capital aqui aplicado, em detrimento da classe antes monopolista.

Em Mossoró, é possível constatar a influência do capital financeiro, frente ao esfacelamento e à falência da sua própria economia. A cidade hoje, possui inúmeras agências bancarias (08) abrindo as portas para a penetração do capital nacional e internacional, antes centralizado nas regiões metrópoles. Com a chegada destes bancos, foram engendradas novas e eficientes formas de drenar os recursos regionais, para a região sudeste, permitindo que lá ocorra a concentração capitalista brasileira, sem mais fazer uso do centro regional. Ao se instalar, o banco possibilita novas formas de reprodução do capital e em um curto espaço de tempo, envolve a economia local no grande mercado nacional e internacional, sucessivamente.

Destruindo a economia local o banco atua como “ponta-de-lança” para a penetração do grande capital da região sudeste e/ ou das multinacionais. Neste caso, a cidade reduz sua função de centro de repasse do capital regional. O banco, ao instalar-se numa cidade, cria seu capital através dos depósitos e poupanças locais. De posse desse capital tem inicio o financiamento de atividades comerciais, indústrias de transformação e algumas atividades agrícolas, particularmente aquelas ligadas aos produtos de exportação.

O banco tem o poder de transformar mercearias e/ou bodegas de cidade pequenas, em “supermercados” que em pouco tempo eliminam as outras mercearias, na medida em que tira das prateleiras o produto regional, substituindo-o por produtos da região sul/sudeste Em outros casos, os bancos repassam esses capitais para as grandes cidades, onde os lucros são maiores. Desta forma, os bancos atuam também como instrumento dos desequilíbrios regionais, no momento em que drenam o capital local para fora da região, deixando à mesma descapitalizada e aumentando ainda mais a dependência de toda a economia local e regional ao capital financeiro.

Um fato novo que vem propiciando ainda mais o “inchamento” de Mossoró é esta megalomania de se vender à falsa imagem de uma cidade próspera, que cresce em ritmo acelerado e se constitui geradora de emprego. Consideramos esse fenômeno, fruto de uma profunda irresponsabilidade da nossa classe política, que só tem defendido interesses próprios e reforçado cada vez mais, o descompromisso que detém para com a região. Basta de discursos demagógicos. O que se faz urgente é que essa classe política, única responsável por esta situação, ultrapasse os limites das brigas domésticas e procure resgatar suas dividas junto à comunidade local.
Bibliografia Citada:
(01) – Luís Carlos Bresser Pereira, Economia Brasileira – uma introdução crítica, p. 12-13.
(02) – José Lacerda Alves Felipe, O Urbano no Rio Grande do Norte (notas para estudo), p.26.
(03) – José Lacerda Alves Felipe, Mossoró – um espaço em questão, p. 08.
(04) – José Lacerda Alves Felipe, O Urbano no Rio Grande do Norte (notas para estudo), p. 49-53.
(05) – José Lacerda Alves Felipe, Organização do espaço urbano de Mossoró, p. 67.
(06) – José Lacerda Alves Felipe, O Urbano no Rio Grande do Norte (notas para estudo), p. 26.
(07) – Francisco de Oliveira, Elegia para uma Re(li)gião, p. 147.
(08) – PETROBRÁS, Levantamento sócio-econômico cultural da cidade de Mossoró, p. 20.

ECONOMIA SIMPLIFICADA


O Brasil se orgulha de ser um país politicamente incorreto por natureza, habitado por um povo irreverente e que não se acanha de rir das próprias mazelas. Mas quando o assunto é economia, temos uma tendência em nos transformar em carolas a esconjurar os pecados do capital. Aqui empresário bem-sucedido é ladrão, lucro (dos outros) é demo e o capitalismo...bem, o capitalismo é até aceitável, desde que o Estado não nos deixe faltar nada.

Ocorre que esse pensamento vem sendo modificado lentamente pelas forças irresistíveis do mercado. O capitalismo à brasileira vem perdendo força e nossos empreendedores, em vez de serem laçados à fogueira, começam a ser cultuados nos templos das finanças. Os lançamentos de ações, o crescimento da poupança interna e as perspectivas da expansão dos negòcios no país têm atraido gente para as discussões econômicas em todos os níveis.

Discutir o capitalismo ainda vale a pena! Não como opositor do socialismo ou do comunismo, mas como um modelo que precisa se aprimorado, principalmente em um país que está começando a esperimentá-lo de verdade.
Luiz Fernando Sá - Revista Isto É Dinheiro

DESIGUALDADE SOCIAL


No Brasil, 15 por cento da população não tem do que reclamar; os outros 85 por cento não tem a quem reclamar.
Jésus Rocha

O QUE É RECESSÃO?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Carlos Escóssia

Podemos definir recessão como sendo a queda sistemática e contínua no nível das atividades econômicas associadas a fatores persistentes, geralmente medidas de política econômica. A recessão pode ocorrer também como uma fase determinada do ciclo econômico. Na prática, diz-se que um país está em recessão, quando a evolução do Produto Interno Bruto-PIB, apresenta sinal negativo em dois trimestres consecutivo.

Em síntese, a recessão pode ser considerada como aquela fase em que as forças que provocam a contração da produção superam os que impulsionam a expansão. Além dos índices inflacionários elevados, um dos sintomas de que a economia começa a mergulhar na recessão é o que acontece com as indústrias que produzem máquinas e equipamentos, pois quando a recessão aparece na linha do horizonte, a demanda desses produtos é uma das primeiras a diminuir. Acontece com as máquinas e equipamentos, no ciclo econômico, o mesmo que acontece com o marido enganado ou que leva galho: é geralmente o ultimo, a saber, mas com toda certeza o primeiro a reagir.

Além da recessão provocar o declínio da atividade econômica, caracterizada pela queda da produção, diminuição da taxa de lucro, crescimento dos índices de falências e concordatas, aumento das tensões sociais no campo e nas cidades, ela também atinge principalmente a mão-de-obra, tendo em vista que os empresários, além de reduzir seus pedidos de máquinas e equipamentos, adquirir um volume menor de matéria-prima, começam também e desempregar os trabalhadores.

Esse momento do ciclo econômico é bastante desfavorável para a massa trabalhadora assalariados, pois, na medida em que o desemprego aumenta, os felizardos que conseguem manter-se nos seus empregos tendem a aceitar passivamente piores condições de trabalho e um achatamento na sua remuneração. Se ser assalariado é uma infelicidade, desgraça maior é ficar desempregado, incorporando-se ao monstruoso exército industrial de reserva, pois como a força de trabalho é uma mercadoria que não pode ser armazenada, como as matérias-primas e as máquinas e equipamentos, os empresários cuidam imediatamente de desfazer-se dela.

Para detectarmos se um determinado país está passando por um período recessivo, é de fundamental importância dispor de informações consistentes de avaliações de como anda o consumo de energia elétrica, a construção civil, o transporte de cargas, a oferta de empregos, a capacidade ociosa, investimentos, as taxas de juros e lucros, o nível de salário, o credito, os custos e os preços por atacado e varejo.

Durante um processo recessivo um determinado país pode ter retração maior em sua economia do que um outro país, como também algumas empresas podem até lucrar enquanto outras estão indo a bancarrota. Esse momento é propicio para que as empresas mais fortes, que resistam ao temporal, aproveitem para adquirir a baixíssimo custo o controle acionário daquelas que estão a beira da falência, eliminando-as da concorrência. Como na teoria da seleção natural de Charles Darwin, na economia capitalista o mais forte acaba engolindo o mais fraco. A fase recessiva de um ciclo econômico contribui, para que a monopolização da economia se acentue mais ainda.

A variação positiva ou negativa do PIB é um indicador do crescimento ou declínio econômico de um país, e é prudente um acompanhamento atento do seu comportamento para que se possa tirar bom proveito de suas aplicações financeiras. Taxas positivas, mas decrescentes do PIB significam uma desaceleração da atividade econômica, que pode chegar a uma recessão. Quando as taxas do PIB são negativas, significa menos consumo para as pessoas, menores receita para as empresas e menor arrecadação para os governos. Numa economia recessiva, sua atenção deve ser dobrada na hora de alocar seus investimentos, pois, em geral seu emprego está em jogo e, nesse caso, é prudente se manter bastante cauteloso e conservador ao mesmo tempo – pois como se costuma dizer “gato escaldado tem medo de água fria”.

GLOSSÁRIO
Ciclo Econômico – Flutuação periódica e alternada de expansão a contração de toda atividade econômica (industrial, agrícola e comercial) de um país ou de um conjunto de países. Um ciclo típico consiste num período de expansão econômica, seguido de uma recessão, de um período de depressão e um novo movimento acedente ou de recuperação econômica.
PIB – O produto interno bruto é o valor agregado de todos os bens e serviços produzidos pelo país.
Demanda – É a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor deseja e está disposto a adquirir por um determinado preço e determinado momento.
Concordata – Recurso jurídico que permite a continuação do comércio da empresa insolvente (incapaz de saldar seus débitos nos prazos contratuais). Distingue-se, portanto, da falência, quando a empresa insolvente cessa todas as suas atividades.
Exército Industrial de Reserva – Expressão utilizada por Karl Marx para designar o conjunto dos trabalhadores desempregados.
Capacidade Ociosa – Diferença entre o volume efetivo da produção e o que seria possível produzir com a capacidade instalada.
Atacado – Comércio em grande escala, realizado entre produtores, grandes empresas do comércio e varejistas, para que o produto possa chegar ao consumidor final.
Varejo – Atividade econômica situada no elo final da cadeia que liga o produtor e o consumidor.

ECONOMIA SIMPLIFICADA


O mito da "diferença salarial" entre homens e mulheres

Não existe "diferença salarial" entre homens e mulheres no livre mercado. Essas diferenças de salários entre eles decorrem de outros dados pertinentes, como experiência funcional, escolaridade, diferentes faixas salariais nos diversos campos e assim por diante. Quanto mais se corrige esses fatores cruciais, mais a diferença desaparece. Na verdade, segundo Thomas Sowell, o simples reajuste no estado civil pode eliminar a diferença em certos campos. Sowell acha que universitárias "solteiras" ganham mais do que universitários "solteiros". Embora possa ser verdade que os papéis tradicionais no casamento (tendo o marido como provedor e a esposa como mãe e dona-de-casa) favoreçam a carreira do marido mais do que a da uma mãe. Isso não é culpa do capitalismo; e só existe alguma "culpa" se você achar que um emprego no mercado é mais importante que o trabalho de criar uma família e cuidar de uma casa.
Walter Williams