A CRISE E OS FUMANTES

terça-feira, 31 de março de 2009

Carlos Escóssia
O governo brasileiro descobriu o vilão da crise econômica mundial, nós pobre e inveterados fumantes. E o pior, vamos ter que pagar a conta pela perda de arrecadação causada pela redução de impostos para os setores automotivos e da construção civil anunciada nesta segunda-feira.
Para tristeza e revolta nossa (fumantes), para compensar a perda da arrecadação tributária, o governo Lula vai elevar as alíquotas do IPI e do PIS/Cofins sobre os cigarros, a partir de primeiro de maio. Segundo estimativa do governo, o preço final do cigarro subirá entre 20% a 25% com a referida decisão.

Segundo os responsáveis por essa medida, a decisão de elevar a carga tributária sobre os cigarros tem efeito positivo duplo. “É bom para saúde daqueles que fumam porque vão sentir no bolso, mas é melhor que ele sinta no bolso que no pulmão.”

Ora essa, o governo nunca se preocupou com a saúde dos brasileiros, principalmente com aquele que não têm condições de ter acesso a um plano de saúde - a prova - é o estado de calamidade em que se encontra o setor da saúde em todo o país. Agora vem com essa balela de que estão preocupados com os pulmões dos fumantes e que aumentando as alíquotas dos impostos dos cigarros isto tem efeito positivo duplo, pois é melhor que nós fumantes sinta o efeito dessas medidas no bolso e não nos pulmões.

Veja bem, caro leitor. Segundo o ministro Guido Mantega, a renúncia fiscal das medidas anunciadas ontem, por três meses, será de R$ 1,5 bilhão e para compensar essa perda de arrecadação, nós pobres fumantes vamos pagar essa conta, no caso R$ 1,5 bilhão. Durante os três meses de vigência dessas medidas o governo se mantém em equilíbrio, nem ganha nem perda arrecadação. Passada a vigência dessas medidas, o governo passa a engordar ainda mais a sua arrecadação e consequentemente aumentar ainda mais o seu superávit primário em R$ 1,5 bilhão, já que o aumento das alíquotas para o cigarro é definitivo.

Não sou contra que se pague mais imposto pelos bens ou produtos supérfluos, muito pelo contrário, concordo e até defendo, desde que seja para subsidiar os gêneros de primeira necessidade, o que não é o caso da referida medida.

Eu, particalamente prefiro que ao invés do governo se preocupar com meus pulmões, ele se preocupe com os milhões de brasileiros que estão agonizando nas calçadas dos hospitais e as milhares de crianças que morrem neste país verde amarelo por desnutrição.

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