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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Carlos Escóssia

INCONCEBÍVEL
É inconcebível que um gestor de uma cidade do porte de Mossoró, que reivindica o título de Capital Brasileira da Cultura e se alto denomina além de País e Capital Cultural do Estado, não saiba diferenciar crescimento de desenvolvimento econômico. É triste, mas é a pura verdade, a nossa prefeita Fátima Rosado, já no seu quinto ano de mandato, ainda não conseguiu diferenciar o que é crescimento e o que é desenvolvimento.
É INCONCEBÍVEL
Quando da leitura de sua mensagem anual na Câmara Municipal de Mossoró, a prefeita Fátima Rosado, mais uma vez afirmou de forma equivocada, indevida e errônea, que Mossoró passa a quatro anos por um ciclo de desenvolvimento. O que não é verdade.
É INCONCEBÍVEL
É bom que a senhora prefeita e seus auxiliares diretos saibam diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico, pois é possível uma cidade, região ou país, crescer sem alcançar um estágio de desenvolvimento econômico. Em síntese, crescimento e desenvolvimento são duas coisas distintas, porém inter-relacionadas.
Crescimento econômico é o aumento da capacidade produtiva da economia (produção de bens e serviços) e é definido basicamente pelo índice de crescimento anual do Produto Nacional ou Local Bruto, per capta. O crescimento de uma economia é indicado também pelo crescimento da força de trabalho, pela receita nacional ou local poupada e investida e pelo grau de aperfeiçoamento tecnológico.
Já o desenvolvimento econômico, podemos conceituá-lo como sendo o crescimento econômico, acompanhado pela melhoria da qualidade de vida da população e por alterações profundas na estrutura econômica. Como se pode ver, o conceito de desenvolvimento é mais qualitativo, pois inclui as alterações da composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, violência, condições de saúde, alimentação, transporte, educação, higiene e moradia). Em suma podemos afirmar que desenvolvimento econômico é algo que combina crescimento com distribuição de renda.
É INCONCEBÍVEL
Para situar melhor os leitores, vamos mostrar alguns trechos da leitura da mensagem anual da prefeita de Mossoró, relacionado com o referido equivoco: “Conclamo a união de todos para que seja mantido o ciclo de desenvolvimento iniciado há quatro anos”.
“Nosso primeiro mandato foi marcado pelo trabalho. Obras que colocaram Mossoró na trilha do desenvolvimento”.
“A gestão municipal conta com a ajuda dos vereadores para promover o desenvolvimento de Mossoró”.
“O maior desafio do mandato que se inicia é manter o desenvolvimento de Mossoró”.
É INCONCEBÍVEL
A luz da verdade e desmistificando o equivoco ou falsa informação da prefeita e seus auxiliares no que se relaciona ao desenvolvimento da cidade. Gostaríamos de afirmar que nos últimos anos, ainda na administração da hoje senadora Rosalba Ciarlini, Mossoró apresentou um aumento significativo do fluxo comercial advindo do setor salineiro e da Petrobrás, aumento razoável no nível de exportação de produtos primários, na cacinicultura, na verticalização do mercado imobiliário e no setor terciário (notadamente o comércio e a prestação de serviços), cujos recursos advindos deste crescimento não causaram modificações estruturais que pudessem induzir incremento complementar em outros setores ou segmentos da economia local e não implicaram em modificações institucionais que melhorasse a qualidade de vida da nossa população. Sem dúvida, a cidade de Mossoró, tem apresentado nos últimos anos em considerável índice de crescimento econômico - desordenado, mais tem - o que não pode ser confundido com desenvolvimento.
O aspecto fundamental que a atual administração de Mossoró tem que entender, é que desenvolvimento econômico não pode ser analisado, somente, por meio de indicadores como crescimento do produto real. Desenvolvimento econômico deve ser complementado por indicadores que representem, ainda que de forma incompleta, a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, bem como elevação das condições de saúde, nutrição, higiene, segurança, moradia, geração de emprego e renda, dentre outras variáveis sociais.
É INCONCEBÍVEL
É prudente que os gestores públicos municipais, antes de venderem a falsa imagem de uma Mossoró que cresce a passos galopantes em virtude de um pseudo desenvolvimento econômico latente, o que viabiliza a migração, pela euforia que os falsos empregos e serviços suscitam, trazendo conseqüências negativas para a cidade, tais como: desemprego, prostituição, favelização, marginalização, além de outros tantos problemas sociais.
Deveriam analisar e buscar respostas para questionamentos, tais como: 1) Porque não temos um único cinema na cidade; 2) Porque não se revitaliza o poluído rio que corta o centro da cidade; 3) Porque não temos um aeroporto e para alguns mais céticos, porque o nosso aeroporto vai ser construído na cidade de Aracati no Ceará; 4) Porque não temos um abatedouro na cidade, já que o único que tínhamos foi fechado pela própria prefeitura; 5) Porque os enfermos de Mossoró são atendidos na cidade de Russas no Estado do Ceará; 6) Porque as crianças das creches do município, assistem aulas sentadas no chão por falta de carteiras; 7) Porque não temos no chão sagrado de Mossoró, “Eldorado do Brasil”, uma única casa de câmbio; 8) Porque os setores primário e secundário da economia são de pouca representatividade; 9) Porque a ultima indústria de grande porte instalada em Mossoró, foi há 35 anos atrás, no caso a Itapetinga, inaugurada no dia 16/02/1974; 10) Porque a prefeitura não paga aos seus professores o piso salarial nacional; 11) Porque a Itagrês não está funcionando; 12) Porque o nosso trânsito é tão caótico e sua municipalização ficou apenas no papel; 13) Porque a guarda municipal não funciona; 14) Porque não temos carnaval; 15) Porque Mossoró é hoje a cidade mais violenta do nosso Estado e umas das mais violentas do país, etc.
É INCONCEBÍVEL
Será que a senhora prefeita juntamente com seus auxiliares, depois de analisarem esses 14 questionamentos, buscando resposta para cada um, ainda tem a coragem de afirmar que: “Nos últimos quatro anos Mossoró passa pelo maior ciclo de desenvolvimento de sua história”. Caiam na real gente! Procurem conhecer com nitidez a nossa realidade concreta e deixam de maquiá-la com mentiras, filigranas e engodos.
ADORO MOSSORÓ
Discordo contundentemente da Senadora Rosalba Ciarlini, quando ela afirma aos quatro cantos da cidade que adora Mossoró. Quem adora Mossoró de verdade sou eu e Carlos Heitor Montoya, que nem no período carnavalesco, abandonamos Mossoró.

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