MOSSORÓ CIDADE JUNINA II – Proposta de redimensionamento*

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Carlos Escóssia

Com o sucesso do projeto “Mossoró Cidade Junina” já consolidada no calendário turístico do Rio Grande do Norte, garantindo a população de Mossoró o direito ao lazer e ao entretenimento, deverá ser uma prioridade para a atual administração, tendo em vista o caráter irreversível do projeto, que conta com uma significativa participação popular. O crescimento progressivo da participação popular, por si só, justifica a manutenção do evento, redimensionando, inclusive a sua área, hoje em torno de 25 mil metros quadrados com o objetivo maior de sua transformação do terceiro São João do Nordeste, para o primeiro.
Um problema enxergado no “Mossoró Cidade Junina” é a grande concentração do evento, fazendo com que esvaziem os demais eventos que por ventura aconteçam nos bairros periféricos, um exemplo, é a festa da Paróquia de São João que em anos anteriores era uma grande festa, que reunia um significativo número de famílias, ao contrário do que acontece no “Mossoró Cidade Junina”. Na festa da Igreja São João as famílias iam inteiras, cooperando para a tranqüilidade da festa. Pensando nisso, apresentamos a atual administração, como proposta, expandir o “Mossoró Cidade Junina”, para a periferia da cidade, fazendo com que os moradores dos bairros mais distantes não precisem se deslocar até o centro da cidade para assistir a um show e deliciar os momentos de lazer e entretenimento. Hoje o “Mossoró Cidade Junina” se resume a shows de bandas, na maior parte de outros Estados e concursos de quadrilhas matutas. Na presente proposta estão os grupos teatrais nos bairros, gincanas e leilões, concurso da maior fogueira, seminário de Cultura Popular do Nordeste, festival de bonecos, cinema na roça, entre outras iniciativas, com o objetivo de contar com a participação nos eventos de pessoas de todas as classes sociais e faixa etária.
A estrutura atual deverá ser mantida no mesmo formato que vem acontecendo desde o ano de 1996, na Estação das Artes Elizeu Ventania, durante todo o mês de junho. O seu redimensionamento tem entre os seus objetivos, a sua expansão para a periferia da cidade, que contará com diversão e cultura de verdade nos quatro cantos da cidade. Estruturas independentes serão montadas em locais pré-determinados, segundo especificações técnicas, para dar espaço a shows musicais, apresentações teatrais, cinemas, leilões das paróquias, bares e restaurantes. Como sugestão de locais, podemos citar: Igreja de São João, Planalto 13 de Maio ou Vingt Rosado, Santo Antonio e Abolição IV ou Santa Delmira.
Outro problema crucial enfrentado pela população quando da realização do “Mossoró Cidade Junina”, esta relacionada com a segurança. Para minimizar esta problemática e propiciar o bem-estar e a tranqüilidade dos mossoroenses, se faz necessário à instalação de uma Central de Monitoramento com 12 câmeras para dar apoio a Policia Militar, civil e a guarda municipal na segurança da população, ao mesmo tempo viabilizando a participação de turistas, que a cada dia estão prestigiando o investimento na sua segurança. Entendemos que a insegurança pública, além de ser extremamente prejudicial à qualidade de vida dos cidadãos, também afasta investimentos nacionais e estrangeiros do município, tornando-se nocivo ao turismo regional e de eventos.
Um dos pontos negativos do “Mossoró Cidade Junina” é o seu alto custo aos cofres da Prefeitura Municipal de Mossoró. Para se ter idéia do impacto econômico para o município e a sua relação beneficio/custo para a economia de Mossoró, apresentamos para conhecimento público o orçamento do “Mossoró Cidade Junina” no ano de 2002 e uma estimativa do realizado em 2004, pois até o momento a atual administração mostrando total falta de transparência ainda não apresentou aos munícipes a prestação de contas do referido projeto. No ano de 2002, o orçamento total do “Mossoró Cidade Junina” foi de R$ 1.307.898,40, assim dividindo: R$ 136.662,55, com a pré-produção; R$ 744.585,92, com a execução da produção e R$ 426.650,00, para a divulgação do evento. Para o ano de 2004, estimamos com dados extra-oficiais em torno de R$ 2.795.000,00, assim distribuído: R$ 275.000,00 pré-produção; R$ 1.567.500,00, execução da produção e R$ 952.500,00, para divulgação. Como se pode notar um altíssimo gasto sem retorno ou beneficio para a economia local em setores, tais como: comércio, rede, hotelaria, restaurantes, serviços de táxi, vendedores ambulantes, transporte coletivo etc. Como já foi explicada no artigo anterior a proposta de redimensionamento do “Mossoró Cidade Junina”, buscar parceria com as cidades de Caruaru e Campina Grande no sentido da divulgação conjunta dos três eventos, elaboração de uma programação comum, venda de pacote para os turistas que contemplem as três cidades, fomentando o turismo e a economia como um todo, além de baratear em mais de 1/3 o investimento dessas prefeituras na divulgação e execução da produção. Além dessa iniciativa a atual administração, buscará parceria com o Governo do Estado e com a iniciativa privada no sentido de minimizar ao máximo os custos da prefeitura com o “Mossoró Cidade Junina”, e ao mesmo tempo com essas parcerias transformá-lo no maior São João do Brasil.
*.Esse artigo foi publicado no Jornal Página Certa, em 23 de janeiro de 2005

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