CRIANÇA E ADOLESCENTE: PRIORIDADE SOCIAL OU “ADEREÇO POLITICO”

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Carlos Escóssia
A criança e o adolescente transformaram-se em notícia: estão nas páginas dos jornais e revistas, nos noticiários e programas de televisão, nos debates acadêmicos e científicos, na informalidade das conversas cotidianas. Discutem-se o que fazer, como agir, quem é o responsável, quais as alternativas de solução. Muito já se escreveu sobre o assunto e se hoje o faço também, não é por mera repetição. Quero abordar o que me parece mais importante e absurdamente relegado a segundo plano; ou seja, qual o verdadeiro objetivo de toda essa “encenação”?, O que se almeja alcançar com e para a criança e o adolescente?
As autoridades envolvidas na atual campanha contra a violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes, não se mostram convincentes nas formas de engajamentos que adotam. O interesse maior parece ser pessoal, com a programação de shows musicais, discursos inflamados e cuidadosamente adaptados às linguagens apiscopal, luzes, câmera, ação: palavras eloqüentes, gestos ensaiados e o dever parece está cumprido.
A sociedade, no entanto, parece não aceitar esse conchavo de estratégias políticas, que fazem uso do problema para estabelecerem contato com um povo, que eles desconhecem por completo. A campanha é imprescindível, o tema é inadiável, a questão é urgente e insustentável. Louvável a idéia, indiscutível a necessidade de assim proceder, mas eis que falta um ingrediente básico: profissionais sérios e competentes, dispostos a assumir as rédeas da situação. Porque, entendo ser indispensável o envolvimento de técnicos e autoridades especificas e profissionalmente envolvidos com a problemática. Cumpre alertar, porém, que não deve ser indicados cargos e funções, mas indivíduos de conduta integra, moral intocável e caráter irretocável, para que, cônscios de potencial qualitativo que possuem, possam empregá-lo com o propósito de reverter um quadro social degradante, que assusta, preocupa e angustia a população deste país e principalmente a de Mossoró.
Precisamos na verdade, de ação mais que intenção; de esforços mais do que tentativas; de atos, mas do que projetos teóricos; de pontos finais que respondam nossas interrogações, mas do que exclamações ou reticências sem fim... Queremos mais respeito, mais probidade, mais convicção, mais indivíduos que se dignem a acompanhar de perto o que se faz de concreto no dia-a-dia da cidade, contribuindo para equacionar a problemática supramencionada.
Enfim, gostaria em nome das crianças e adolescentes, pedir um basta aos políticos inescrupulosos que usam suas imagens nos períodos eleitorais, nas propagandas políticas com beijos e abraços e muitas afetividades falsas e depois que se elegem os tratam de forma fria, leviana, hedionda e cretina, afirmando que a problemática que os envolvem é uma questão conjuntural.

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