SÓ RINDO

terça-feira, 5 de maio de 2009

Governador do Estado, Dinarte Mariz administra o Rio Grande do Norte no final dos anos 50, bem ao estilo de uma época. Faz e acontece com a caneta à mão.

Depois do rompimento do seu pupilo, o federal Aluízio Alves, para sua sucessão. Dinarte usa e abusa da máquina pública. Arrebenta.
A ordem de Dinarte é eleger a qualquer custo e preço seu candidato, o federal Djalma Marinho. E assim é conduzido o Estado.
Abrigo seguro e sonho de dez em cada dez sertanejo, o emprego no Estado é um dos benefício mais cobrado. Dinarte faz o possível para agradar a todos.

Chegando ao Palácio do Governo, o governador é abordado ainda nas escadarias por um seridoense, Gente humilde de sua região, que tem dele a devida atenção.
O interlocutor, mesmo acanhado ante a presença de outras pessoas, pede-lhe um emprego. Sem pestanejar, olhando por cima do próprio ombro, Dinarte Mariz oriente um auxiliar: "Arranje um local para nosso amigo conterrâneo!"

Passam algumas semanas, quando de repente Dinarte é surpreendido pelo mesmo personagem: "Governador, eu num fui pro Estado ainda".
Ruborizado com a notícia, que em sua ótica passava a idéia de falta de pulso seu, Dinarte circula por salas até chegar ao mesmo auxiliar, cobrando-o: "Por que o homem não foi empregado?"
- Governador, não houve jeito. Onde a gente ia colocá-lo na educação, não dá porque ele é analfabeto.
Dinarte, ágil, dá logo uma solução salomônica para o impasse:
- Então aposente o homem!
Carlos Santos

0 comentários: